exposições e eventos / exhibitions

português / english

.

.

.

Paz_Mulher_Natureza I Sarau Kino Poíesis SKP#1, Ilda Teresa Castro

(10 Anos . 10 Years. 2024)

Arvoredos e Canaviais I e Arvoredos e Canaviais II, Jorge Santos (1974-2022)

(no.XIII . 2023-2024)

Passado Imperfeito / Imperfect Past, Maria Pedro Olaio, por/by Sandra Guerreiro

(no. X .  2018-2019)

Alvoro, António Barros e Augusta Villalobos. por/by Isabel Santa Clara

(no. IX .  2017-2018)

Homo – Humus, ilda teresa castro . por/by Catarina Alfaro

(no. VIII .  2016-2017)

Dendograma (Tree-Kit), Catarina Leitão . por/by Catarina Leitão

(no. VII.  2016-2017)

.

.

.

Paz_Mulher_Natureza I Sarau Kino Poíesis SKP#1

Ilda Teresa Castro

.

GLOSSÁRIO breve:

KINO — relativo ao cinema ou cinema sofisticado.

LABORATÓRIO — espaço de experimentação e pesquisa.

POÍESIS — ideia de criar ou fazer que advém do grego poiein, por criar, com sufixo –sis referente a acção. Desde Aristóteles, refere o impulso do espírito humano para criar algo a partir da imaginação e dos sentimentos.

SARAU — evento onde as pessoas se encontram para se expressar artisticamente.

WORK IN PROGRESS — projecto em desenvolvimento.

.

Screenshot 2024-05-02 at 19.21.39

.

SARAU KINO POÍESIS_SKP# é um Espaço/Tempo de encontro de Artes e Artistas, constituído por 3 Laboratórios: o Kino Lab, o Kino Book e o Poetik Kreative Lab.

Assinalando o Dia Internacional da Mulher para a Paz e o Desarmamento, o segundo SARAU KINO POÍESIS SKP#1, vai acontecer no sábado 25 de maio sob o tema Paz_Mulher_Natureza.

Esta segunda sessão SKP#, prossegue o plano prévio executado no SKP#0, e partindo do próprio conceito de Poíesis, de Criar ou Fazer, aqui em Encontros Criativos, mapeia-se em 3 momentos distintos:

o Kino Lab, um  Laboratório Fílmico com visionamento comentado, que pode integrar filmes em preparação ou em fase de pós-produção, ou ainda filmes que se encontrem em percurso de festivais, destacando obras da produção audiovisual recente, obras relacionadas com a cidade de Lisboa e obras sui generis relacionadas com a temática de cada sessão;

o Kino Book, um Laboratório Literário com a apresentação comentada de livros que integrem ou passem a integrar a Biblioteca da Videoteca, destacando obras recentes e obras relacionadas com o tema de cada sessão,

e o Poíesis Kreative Lab, um Laboratório Criativo, um Espaço/Tempo de Poíesis, de Criar ou Fazer, nas seguintes vertentes: a Palavra; a Criação Visual; a Criação Audiovisual; a Criação Sonora; e a Performance.

O SARAU KINO POÍESIS_SKP# tem por Missão ir ao encontro das actuais necessidades de encontro, e de experimentação e criação conjunta, da comunidade artística lisboeta, contribuindo — com espaço, condições técnicas e recursos —, para o desenvolvimento do trabalho criativo da própria comunidade cultural na cidade de Lisboa, num momento chave em que a hipertecnologia por um lado, e a gentrificação por outro, dificultam de modo imperativo estes processos de reflexão e de construção de imaginários, imprescindíveis para a cultura da nossa cidade e país.

_entrada sujeita a marcação prévia

.

.

Arvoredos e Canaviais

Jorge Santos*

.

This slideshow requires JavaScript.

.

Arvoredos e Canaviais I e Arvoredos e Canaviais II, de Jorge Santos (1974-2022, com curadoria de João Silvério, decorrem em Silves, em Setembro e Outubro de 2023. Acerca do artista retomamos as palavras do curador, “No trabalho de Jorge Santos percorremos vistas, recortes de paisagens, tomando diferentes pontos de observação entre o exterior e o interior, numa construção pictórica que não se furta a uma aura romântica numa relação com a memória da casa, com florestas e folhagens imaginárias. As suas obras, em diversos meios, percorrem um índice de nomeações e títulos que remete para um vocabulário que nos é próximo, numa estreita relação com a vida, como as cortinas, as sombras, as sebes, pregas, retratos, canaviais, arvoredos e transições presentes nos jogos de cor, designadas de uma forma sintética, como por exemplo: azul e preto, ou rosa e azul-escuro. Uma das qualidades principais do trabalho de Jorge Santos está presente no apurado sentido de composição no plano da folha, mesmo quando se trata de um painel de azulejos, como por exemplo “Mangueira”, de 2020, (…). Esta obra de aplicação mural, fragmentada no recorte ortogonal dos diversos elementos cerâmicos, é exemplar na composição da linha que define o corpo da mangueira que, num primeiro vislumbre, pode aparentar ser uma corda com um nó que começa a fechar-se. Enquanto elemento gráfico na pintura, rememora alguns procedimentos da Pop Art britânica, sintetizando a forma e a cor: plana e lisa, sem qualquer indício matérico na sua superfície. Este procedimento, que percorre toda a obra de Jorge Santos como uma metodologia austera, acentua a transmutação da imagem de matriz natural, muitas vezes proveniente de fotografias que o artista realizava para posteriormente lhes dar o recorte bidimensional da sua pintura. João Pinharanda, no catálogo da exposição “Casa de Vidro” , propõe uma analogia com o recorte da cor “nas silhuetas recortadas em papel que o romantismo alemão difundiu”, sem esquecer, ainda, as sombras de Lourdes Castro e o manuseamento dos recortes de Matisse. É na memória da casa, das florestas de folhas e canaviais imaginados, derivas e ficções poéticas que, afinal, nos são tão próximas, que nos reencontramos com a sua obra. in João Silvério ı Catálogo da exposição “Casa de vidro” com curadoria de João Pinharanda, Giefarte, 2015.

mais info Jorge Santos __  Arvoredos e Canaviais

.

1canavial_rosa_2

.

*Jorge Santos (1974-2022), nasceu em Silves e licenciou-se em Artes Plásticas (ESAD, Caldas da Rainha, 2001). Foi bolseiro de desenvolvimento artístico pela Fundação Calouste Gulbenkian para a Casa Velasquez, em Madrid e Spike Island, em Bristol. Artista multidisciplinar, trabalhou nas áreas de pintura, escultura, vídeo, fotografia e gravura. Apresentou trabalhos no Reino Unido, França, Espanha, Portugal e Brasil. Está representado em colecções públicas e privadas, tais como MAAT, Fundação Carmona e Costa e la Petite Escalère. Faleceu em Lisboa, onde vivia e trabalhava, em Março de 2022. Era uma pessoa calorosa e vibrante, tímida e solitária, e apaixonada pela movida artística lisboeta.

.

.

Passado Imperfeito

Maria Pedro Olaio*

por Sandra Guerreiro*

This slideshow requires JavaScript.

© Maria Pedro Olaio

Passado Imperfeito é o resultado de um projecto de experimentação artística do potencial cromático dos microrganismos que habitam nas nascentes termais da vila das Furnas na Ilha de São Miguel (Açores, Portugal) em peças cerâmicas chacotadas, realizadas com o barro em estado puro da Ilha de Santa Maria. Foi a capacidade destes microrganismos de produzir pigmentação/coloração nos seus habitats, contaminando-os, que levou Maria Pedro Olaio a explorar e querer descobrir mais sobre estes seres, através da sua intervenção directa na coloração das suas obras.

Maria Pedro Olaio cria uma simbiose entre o elemento humano e a natureza, na escolha da matéria-prima e na forma inovadora de coloração, dando a conhecer a sua preocupação com uma aproximação à natureza, reaprendendo os seus processos naturais e aplicando-os no seu trabalho. As suas peças são o testemunho dessa ligação entre a força criadora da natureza e a responsabilidade que a arte pode ter como veículo criativo desta acção.

O que se apresenta é a prova de um passado, que uma valoração estética mais redutora poderá classificar de imperfeito, e a forma como a arte assume a responsabilidade de resgatar o sublime num momento em que tudo necessita de ser questionado. Procura-se uma valorização da integridade dos objectos e dos processos naturais onde a assimetria, a irregularidade e o imprevisível são as características que se destacam. Num momento histórico de clivagem paradigmática, o regresso ao essencial parece ser uma âncora possível para a projecção de um novo repensar acerca do papel da arte e do artista e de conceitos como o belo e o estético.

Passado Imperfeito constitui um momento de apresentação desse questionamento e procura também prestar homenagem à memória de um passado longínquo, quase como se a acção dos microrganismos, no que lhes é essencial, fosse o receptáculo de uma memória ancestral do regresso ao que é, verdadeiramente, primordial.

Declaração da Artista

Sendo arte, por excelência, o testemunho de tempo e memória, é através do corpo de objetos que é projectado para o espaço, assim, inscrevendo-se continuamente em suas / nossas múltiplas imaginárias.

Muitas vezes numa escala mais privada, outras vezes de uma forma mais global, visa-se espelhar a humanidade, aliada à impossibilidade inequívoca de fuga.

O meu trabalho busca resgatar uma visão da condição humana, procurando nas raízes de uma memória orgânica a experiência da contemporaneidade.

Maria Pedro Olaio nasceu em Coimbra, Portugal, licenciou-se em cerâmica na ARCA-EUAC, Escola Universitária das Artes de Coimbra e possui diversas formações e estágios nas diferentes áreas da cerâmica. Expôs individualmente e colectivamente, nomeadamente em Bruxelas, Bélgica, Leon, Espanha, Coimbra, Aveiro, Porto, Madeira, Açores. Está representada no museu da cerâmica das Caldas da Rainha e no museu do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha em Coimbra. Tem obra em espaço público na cidade de Aveiro e na cidade de Ponta Delgada. Actualmente trabalha e vive entre Coimbra e em Ponta Delgada, Açores.

*Sandra Guerreiro tem poesia publicada em dezenas de revistas em Portugal, nos E.U.A e Brasil, entre as quais se destacam as revistas Oficina de Poesia, Bíblia, name,1913 a journal of forms, Sibila e Anarkitektura. A título individual publicou finger. print – impressão . digital; c h u n k e lançou, a poeta Lauren Shufran, o cd de poesia sound bites, quando vivia em Buffalo, NY (E.U.A). Por ocasião do lançamento de c h u n k (2003) expôs poesia visual na Galeria Pensandote. Tem também poesia em diversas antologias destacando-se, recentemente, as colectâneas Ornato em Cadeia (2017, Nu Limbo Edições, Brasil) e a Antologia de Poesia Iberoamerciana Actual (2018, ExLibric, Málaga, Espanha). Integrou os colectivos Oficina de Poesia (Coimbra, Portugal); Blue Garrote Collective (Buffalo, NY, E.U.A), Anarkitektura (Coimbra, Portugal) e SLAG ~ Surrealist London Action Group (Reino Unido). Desde 2010 tem colaborado com a ceramista Maria Pedro Olaio como tradutora e autora de textos sobre a sua obra artística. Vive e trabalha em Londres desde 2012.

.

.

Imperfect Past

Maria Pedro Olaio*

by Sandra Guerreiro*

This slideshow requires JavaScript.

© Maria Pedro Olaio

The Imperfect Past project is the result of an artistic experimentation project on the chromatic potential of the microorganisms that live in the thermal springs in the village of Furnas in São Miguel, archipelago of the Azores, Portugal, in bisque fired works made of pure clay from the island of Santa Maria. It was the capacity of these microorganisms to produce pigmentation/colouring in their habitats, contaminating them, that led Maria Pedro Olaio to explore and wanting to find more about these beings, through their direct intervention on the colouring of these ceramic works.

Maria Pedro Olaio creates a symbiosis between the human element and nature. The use of such raw material and such innovative colouring method reveals her interest in reconnecting with nature, whilst relearning its natural processes. These works are the testimony of art’s responsibility in portraying the creative force of nature.

What is presented is the proof of a past that a more reductive appraisal could classify as imperfect and the form how art takes upon the responsibility of retrieving the sublime, on a time where everything needs to be questioned again. A revalorization of the integrity of objects and of the natural processes where asymmetry, irregularity and unpredictability are the characteristics that stand out. At an historical moment of paradigmatic shift the return to what is essential seems to be the possible anchor for the projection of a new rethinking the role of art, the artist and concepts like beauty and aesthetics.

Imperfect Past presents this questioning. It also pays homage to the memory of a distant past, almost as if the action of the microorganisms, in what is essential to them, is the vessel of an ancient memory and of the return to what is, truly, primordial.

Artist Statement

Being Art, par excellence, witness of time and memory, it is through the body of objects that time and memory is projected into space, thus continuously inscribing itself in its/our multiple imageries.

Many times at a more private scale, other times at a more global one, one aims at mirroring humanity, allied to the unequivocal impossibility of escape.

My work seeks to rescue a glimpse of the human condition searching at the roots of an organic memory the experience of contemporaneity.

*Maria Pedro Olaio was born in Coimbra, Portugal, graduated in ceramics at ARCA-EUAC University School of Arts of Coimbra has other training and internships in different areas of ceramics. She has exhibitions individually and collectively among other places, Brussels, Belgium, Leon, Spain, Coimbra, Aveiro, Porto, Madeira, Azores. She is represented at the museum of ceramics from Caldas da Rainha and Museum of the Monastery of Santa Clara a Velha in Coimbra. Some of her works are in public spaces in Aveiro and Ponta Delgada (Azores). She currently works and lives between Coimbra and Ponta Delgada Azores.

*Sandra Guerreiro‘s poetry has featured in multiple publications including Oficina de Poesia, Bíblia, name, Sibila, 1913 a journal of forms and Anarkitektura. She published the chapbooks finger. print – impressão . digital and c h u n k, when she lived in Buffalo, NY, US together with the poetry cd sound bites in collaboration with the poet Lauren Shufran. On the occasion of the launching of c h u n k (2003) she exhibited her visual poetry at the Pensandote Gallery (Buffalo, NY – US). She also has her poetry published in several anthologies, most recently in Ornato em Cadeia (2017, Nu Limbo Edições, Brazil) and the Antologia de Poesia Iberoamerciana Actual (2018, ExLibric, Málaga, Spain). She was part of the following collectives: Oficina de Poesia (Coimbra, Portugal); Blue Garrote Collective (Buffalo, NY – US), Anarkitektura (Coimbra, Portugal) and SLAG ~ Surrealist London Action Group (UK). She has been collaborating, since 2010, with the ceramist Maria Pedro Olaio as a translator and author of texts on her artistic work. She has been living and working in London since 2012.

.

.

Alvoro

de António Barros* e Augusta Villalobos*

por Isabel Santa Clara*

A exposição Alvoro, de António Barros (com colaboração de Augusta Villalobos), inclui uma selecção de peças mais especificamente relacionadas com o imaginário insular, marcado tanto pela natureza vulcânica e agreste quanto pela amenidade dos jardins. O autor/ artor condensa a vida, com as suas memórias, lutos e lutas, em objectos, textos, fotografias ou vídeos utilizados intersemioticamente, optando por soluções formais rigorosas e despojadas.

Os materiais estão tão impregnados de sentido quanto as formas, os objectos trazem em si narrativas e uma íntima ligação ao corpo e aos seus gestos. Todos estes meios, porque veiculam interrogações/interpelações, quebram automatismos de percepção. Há temáticas que se interpenetram, palavras que surgem desconstruídas ou irrompendo de insuspeitados suportes; espelhamentos, lugares de questionamento da identidade, que estão colocados no outro (Diálogos) ou na superfície da água; uma bússola que indica o desnorte (Sudoeste); mares que vão da doçura da espuma à agrura do naufrágio (Valsamar, Frame_Porto Santo, Sandales_Mal de mer); elementos primordiais como o fogo, a água ou a pedra (aL(a)ma, Basalto_uma arma de fogo).

Às raízes insulares de António Barros, o sujeito que é o lugar de tudo isto, foram-se acrescentando outros mundos, leituras e encontros, entre os quais o visualismo (vejam-se as evocações de Ana Hatherly, Herberto Helder e António Aragão em AH_LiHonorAna, Dos passos sem volta e Do Vulcânico PaLavrador), o situacionismo de Debord (atente-se na disseminada postura interventiva e crítica) e as artitudes na senda do movimento Fluxus, visível performatividade dos obgestos.

No título, Alvoro, confluem várias imagens, como o recomeço associado ao despontar do dia, as silenciosas horas em que nascem as ideias e a acção que delas decorre. Uma exposição é sempre o fragmento de uma continuidade, o espaço cénico da cristalização de um momento, uma espécie de corte estratigráfico, mas as marcas da performatividade e as revisitações de peças já existentes (ver datas) provam que estamos perante signos dinâmicos, ou seja, perante o fluir da vida, essa realidade cada vez mais instável, como aponta Zygmunt Bauman.

É certo que nos confrontamos com memoriais, mas, neste processo, as perdas e lutos são pontos de partida. Alvoros.

*Isabel Santa Clara (Funchal, 1951) concluiu o curso de pintura em 1975, o doutoramento em 2004, em Estudos de Arte, com uma tese acerca da pintura maneirista ilha da Madeira, e lecionou na Universidade da Madeira disciplinas das áreas de artes plásticas, de história da arte e de estudos interartes. Tem apresentado conferências, comunicações em congressos, participado em obras colectivas e colaborado em diversos jornais e revistas, com artigos sobre as referidas áreas.  Foi responsável pela curadoria e elaboração de textos para catálogos de numerosas exposições de arte contemporânea, entre as quais se destacam Horizonte móvel – Artes Plásticas na Madeira 1960-2008, no Museu de Arte Contemporânea do Funchal, Paralelamente-Amândio de Sousa e Jorge Pinheiro, em 2016, e Alvoro, de António Barros, em 2017, no MUDAS-Museu de Arte Contemporânea da Madeira. É colaboradora dos centros de investigação ARTIS (Universidade de Lisboa) e CIERL (Universidade da Madeira). Como artista plástica expõe pintura desenho e instalação, individual e coletivamente, desde 1973.

*António Barros, viveu o bambuzal numa ilha vulcânica entre a Carolina do Sul e Casablanca, para depois construir obgestos resgatados a uma Eriobotrya japonica, na zona litoral ibérica. Razão de um paLavrador em busca de Sentido.

po-ex.net

*Augusta Villalobos, aproxima-se das artes a partir do príncipio Fluxus que liga arte e vida. Desenvolve atividade profissional em diferentes campos da educação, da formação de professores à intervenção social e em saúde. Interessa-se pelas contribuições educativas das práticas e movimentos artísticos.

.

.

.

Alvoro

António Barros* e Augusta Villalobos*

by Isabel Santa Clara*

Alvoro (awakening, dawn), an exhibition by António Barros (in collaboration with Augusta Villalobos), includes a selection of pieces more specifically related to the madeirian insular imaginary, marked as much by its volcanic and rough nature as well as by the serenity of its gardens. The author/arthor condenses life, with its memories, griefs and struggles, in objects, texts, photographs or vídeos used in an intersemiotical approach, and he adopts rigorous and austere formal solutions.

The materials are as meaningful as the shapes, the objects carry narratives and are intimately related to the body and its gestures. Due to the interrogations and interpellations they raise, all these media free perception from automatism. We can find an interpenetration of themes, words coming out of unexpected supports, mirror reflections where identity is questioned, whether on the Other (Diálogos) or on the water surface, a compass pointing towards disorientation (Sudoeste), seas alternating from the mildness of it’s foam to the harshness of a shipwreck (Valsamar, Frame_Porto Santo, Sandales_Mal de mer) and primordial elements like fire, water or stone (aLa(a)ma, Basalto_uma_arma de fogo).

Other worlds, readings and encounters were gradually added to the insular roots of António Barros. Among them we can find visualism (as in the evocations of Ana Hatherly, Herberto Helder and António Aragão in AH_LiHonorAna, Dos passos sem volta e Do Vulcânico PaLavrador), Debord’s situationism (in the disseminate interventive and critical posture) and the artitudes, following the path of the Fluxus movement, that can be found in the performativity of obgestos.

Several images converge to the title, Alvoro, like the renewing associated to the begining of the day, the silent hours in which ideas rise and the action that evolves from them. An exhibition is always the fragment of a continuity, the scenic space where a moment crystallizes, a sort of stratigraphic cut, but the marks of performativity and the revisitations of several pre-existing pieces (see dates) prove that we are standing before dinamic signs, in other words, facing the flluidity of life, an increasingly unstable reality, as Zygmunt Bauman points out.

We are certainly confronted with memorials but, in this process, the losses and mourns are indeed starting points. Alvoros.

*Isabel Santa Clara (Funchal, 1951), member of ARTIS (University of Lisbon) and CIERL (University of Madeira) research centers, has a degree in Painting (1975) and a PhD in Art Studies at the University of Madeira, with a thesis on mannerist painting in Madeira island (2004). Teaching since 1975, she lectured fine arts, art history and interarts studies in this university. Her research work, published in journals and collective books, comprehends the presentation of papers in conferences and congresses and many catalogue textes. She has curated numerous contemporary art exhibitions including Horizonte móvel – Artes Plásticas na Madeira 1960-2008, in the Museum of Contemporary Art of Funchal, Paralelamente-Amândio de Sousa e Jorge Pinheiro, (2016), and Alvoro, by António Barros, (2017), at the MUDAS-Museum of Contemporary Art of Madeira. As an artist she has participated, since 1973, in solo and colective exhibitions with painting, drawing and installation art.

*António Barros, lived the bamboo grove in a volcanic island between Southern California and Casablanca. Nowadays he builds obgestos from a rescued Eriobotrya japonica in the Iberian coastal zone. A paLavrador [wordworker] in search for meaning.

po-ex.net

Augusta Villalobos* is approaching arts from the Fluxus principle that links art and life. She develops a professional career in diferent fields of education, from teacher preparation to social and health intervention. She is concerned about the educational contributions of art practices and mouvements.

.

.

.

Homo – Humus

de ilda teresa castro* . 2016

por Catarina Alfaro*

.

homohumusbase

.

A instalação Binómio Homo-Humus nos séculos XX e XXI (Binomial Homo-Humus in XX-XXI century) apresentada por Ilda Teresa Castro no espaço Flores do Cabo, entre Agosto e Outubro de 2016, é realizada em três diferentes “painéis” em que o humus é a matéria comum e interrogadora. Estes receptáculos de terra são colocados e justapostos num diálogo que é feito através do contraste. No painel central, colocado horizontalmente e em domínio espacial, a terra é habitada por uma figura central, o homo faber, aqui metaforicamente representado por um boneco do tipo action-man, que num gesticular maquinal e onanista, usurpa, destrói, corrompe a seu bel- prazer a Terra/Natureza. À sua volta distribuem-se os multifacetados resíduos poluentes desta presença transfiguradora.

Nos outros dois painéis que integram a obra, a terra é colocada, num gesto sacralizador, dentro de duas molduras que supostamente a defendem das contaminações humanas. Uma delas contém, entre outros materiais não naturais, vestígios da própria autora, que é identificada através de uma fotografia de passe de entrada no Jardim Botânico de Lisboa − numa remissão para a criação de lixo, incluso nas práticas relacionadas com a vivência da Natureza, em contexto urbano. A sua presença – também ela interrogadora − inscreve-se, assim, nestes registos morfológicos do húmus. Imediatamente ao lado surge uma moldura que continha apenas a terra intocada mas que, durante o tempo da exposição, preencheu-se de formas vegetais, num verdadeiro paroxismo ao binómio Homo/Humus, e à análise que a artista faz de uma relação, à partida condenada, entre o sujeito humano contemporâneo e a Terra.

.

This slideshow requires JavaScript.

.

* Catarina Alfaro é Licenciada em História da Arte e Mestre em Museologia e Património.  Colaborou na edição do Catálogo Raisonné de Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918), sendo autora da Fotobiografia do artista (Volume I do Catálogo Raisonné, 2007). Realizou a investigação preparatória da exposição Amadeo de Souza-Cardoso Diálogo de Vanguardas, assumindo as funções de Comissária-adjunta e coordenadora editorial do catálogo da referida exposição (coordenação partilhada com Helena de Freitas). Integrou a equipa científica do volume II do catálogo Raisonné de pintura de Amadeo de Souza-Cardoso. Actualmente é Coordenadora da Programação e Conservação do museu Casa das Histórias Paula Rego, assumindo a curadoria das exposições deste museu, bem como a edição dos respectivos catálogos, desde 2011.

*Ilda Teresa Castro, artista pluridisciplinar, no seu trabalho mais recente assume um cruzamento entre arte e ecologia − arte e ciência, com enfoque no domínio ecocritico, ambiental e animal. Conjuga práticas artísticas distintas: desenho, fotografia, webdesign, joalharia, escultura e filme. Investigadora no Laboratório de Cinema e Filosofia do IfilNova. Pos-doc  com o projecto “Paisagem e Mudança − Movimentos”, apoiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. Fundadora e editora da plataforma e jornal online  AnimaliaVegetaliaMineralia, realiza filmes e instalações ecocriticas. Publicou Eu Animal − argumentos para uma mudança de paradigma – cinema e ecologia (2015). Doutorada em Ciências da Comunicação/Cinema e Televisão, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa. Prossegue investigação em Estudos Fílmicos e Ecocriticismo.

.

homohums2base

.

Homo – Humus

ilda teresa castro* . 2016

by Catarina Alfaro*

.The installation Binommial Homo-Humus in XX-XXI century (Binómio Homo-Humus nos séculos XX e XXI) presented by Ilda Teresa Castro at the Flores do Cabo space, between august and october of 2016, is created in three different “panels” where the humus is the common and interrogative matter. These receptacles of earth are placed and juxtaposed in a dialogue which activates through contrast. In the main panel, placed horizontally and in spatial domain, the earth is inhabitated by a central figure, the homo faber, here metaphorically represented by an action-man like dummy, who in a machinistic and onanistic gesticulation, usurps, destructs, corrupts the Earth/Nature at his will. Around him can be found the multifaceted polluent debris of this transfigurating presence.

On the other two panels which integrate this work, the earth is placed, in a sacralizing gesture, within two frames which supposedly defend it from human contaminations. One of which contains, amidst other non-natural materials, human traces – author’s own, who’s identified through a photograph from an entry pass to the Lisbon Botanical gardens – remission to the creation of waste, including practices related to the vivency of nature, in an urban context. Her own presence – herself interrogative as well – is thus inscribed in these morphological registries of the humus. Immediately aside we behold a frame which contained only the untouched earth but which, alongside the time the exhibition decurred, filled itself in vegetable forms, in a true paroxysm to the binnomial Homo/Humus, and to the analysis the artist has made of one relationship, condemned from the beginning, between the contemporary human subject and the Earth.

* Catarina Alfaro holds a degree in Art History and a Master’s degree in Museology and Heritage. She collaborated in the edition of the Raisonné Catalog of Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918), being the author of the artist’s Photobiography (Volume I of the Raisonné Catalog, 2007). Carried out the preparatory research for the exhibition Amadeo de Souza-Cardoso Dialogue of Vanguards, assuming the functions of assistant Commissioner and editorial coordinator of the catalog (coordination shared with Helena de Freitas). She was part of the scientific team of the Raisonné catalog of painting by Amadeo de Souza-Cardoso, volume II. She is currently Coordinator of the Programming and Conservation of the Paula Rego House of Stories museum, taking over the curatorship of the exhibitions of this museum, as well as the edition of the respective catalogs, since 2011.

*Ilda Teresa Castro is a multidisciplinary artist, her most recent work assumes a cross between art and ecology — art and science, with a focus on the ecocritical, environmental and animal domain. It combines different artistic practices: drawing, photography, webdesign, jewelery, sculpture and film. Researcher in Cinema and Philosophy Laboratory at IfilNova Institute of Philosophy, Castro is developing the Postdoctoral project “Landscape and Change – Movements”, with support by the FCT. Founder and editor of the online journal and homonym platform AnimaliaVegetaliaMineralia she makes films and ecocritic instalations.  PhD in Communication Sciences, Faculty of Humanities and Social Sciences, Universidade NOVA de Lisboa, she published the book Eu Animal − argumentos para uma mudança de paradigma – cinema e ecologia (2015) [I Animal – arguments for a paradigm shift – cinema and ecology (2015)] and continues making research in Film Studies and Ecocriticism.

translated by Ana Cordeiro Reis

in Ano III . Número VIII . Inverno 2016 . Year III . Number VIII . Winter 2016

..

.

Dendograma (Tree-Kit)

de / by Catarina Leitão . 2016

7 de Maio a 2 de Julho 2016 . MCO Arte Contemporânea, Porto

.

.Leitao-dendrograma-001web

.

por Catarina Leitão*

Um projecto sobre a portabilidade, o desenho no espaço, repouso/agência e a ideia (intraduzível) de freedom of display[*].

Dendrograma | Tree-kit é o produto de uma pesquisa sobre as possibilidades do desenho no espaço. Composta por módulos de madeira pintada, esta peça funciona como um desenho tridimensional que incorpora os efeitos de luz e sombra que se projectam nas superfícies do seu contentor — o espaço de exposição.

Dendrograma é um Kit, as suas peças modulares são ramos transformados que se encaixam uns nos outros e podem ser montados como uma tenda. Este processo torna a obra portátil e mutante: pode estar fechada ou aberta, em repouso ou a actuar no espaço quando manipulada por um participante. Este Kit condensa três momentos: um inicial, de repouso e portabilidade (fechado, bidimensional), o acto performativo (abrir, instalar), e o corpo expandido (aberto, tridimensional).

No meu trabalho tenho vindo a desenvolver séries de narrativas ficcionais que partem de uma análise da nossa relação com a natureza, uma relação que é culturalmente condicionada. Os Dendrogramas partem de um estudo de botânica ficcional no qual são criadas novas espécies vegetais desenhadas. As espécies inventadas são delírios sobre formas naturais domesticadas, mimetizadas, manipuladas e hibridizadas. Num processo de indiferenciação entre o natural e o artificial, entre o observado e o imaginado, os desenhos propõe tanto a ideia da colonização humana do natural como o seu inverso, uma ocupação natural das formas que aprendemos a considerar artefactuais.

As formas em haste/ramo da instalação Dendrograma são ramos de árvore esculpidos e transformados. O material original é ocultado, para criar novas formas de ramo/árvore — limpas, domesticadas, artificiais e portáteis.

Ainda em processo, o meu estudo em botânica ficcional tem sido gerador de múltiplas obras em diversos media. Instalações, objectos, livros e desenhos constituem no seu conjunto um discurso que questiona os próprios modos de apresentação, circulação e contextualização da obra. Neste enquadramento, a minha pesquisa culmina na figura do museu portátil. O museu portátil é uma forma de museu liberta do peso institucional, é leve; pode viajar, não tem contexto fixo, e, mais importante, é dotado de sentido de humor.

[*] A expressão freedom of display, que formulei originalmente na língua inglesa, pode ser traduzida por liberdade de mostrar, exibir, organizar, seleccionar, dispor, apresentar, mas define também um nexo entre a liberdade do mostrado, a liberdade de quem mostra e a liberdade do mostrador.

*Catarina Leitão é uma artista cuja obra é estruturada em torno do desenho, a escultura, a instalação e o livro. Leitão tem exposto o seu trabalho em locais como a Galeria Carlos Carvalho, P.S.1/MoMA, Aldrich Museum, Connecticut, Socrates Sculpture Park, Wavehill, Glyndor Gallery and Grounds, Andrea Rosen Gallery, Michael Steinberg, Galeria Pedro Cera e Bronx Museum entre outros espaços. Conta com exposições individuais na colecção Berardo e no CAMJAP da Fundação Calouste Gulbenkian. Entre prémios e residências destacam-se The New York Foundation for the Arts Fellowship, 2009, Center for Book Arts, 2007, Triangle Arts, 2006, Sharpe Foundation, 2004, Lower Manhattan Cultural Council, 2003, Pollock-Krasner Foundation Grant, 2001, Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação Luso-Americana. Leitão tem um mestrado pelo Hunter College (2000), e concluiu o curso de Pintura na FBAUL (1993).

.

Leitao-imagem1web

.

by Catarina Leitão*

A work on portability, 3D drawing, stillness/action and the freedom of display

Dendrogram | Tree-kit is a product of a research on the possibilities of drawing in space. Composed of painted wood modules, the piece is a three-dimensional drawing that incorporates the effects of light and shadow on the container’s surfaces — the exhibition space.

Dendrogram is a kit, several pieces that fit into a box or a bag. Its transformed branches may be mounted in a tent like fashion. This makes the artwork portable and mutant: it is either closed or open, still or active in space through the manipulation of its parts by a participant.

The analysis of our relationship with nature, and how we have been culturally conditioned to experience, it is the basis from which I have been creating fictional narratives in my artwork. The Dendrogram works are developed from a research on a fictitious Botany in which I created new vegetable species in drawing. The fictional species were created from the ideas of taming, mimicking, manipulation and hybridization. The artifacts and visual materials produced are then organized into portable museums.

In the Dendrogram works, the original material of the tree shapes is hidden. Existent tree sticks are altered and painted into new shapes representing new-formed tree branches. This body of work entangles fact and fiction, organic and mechanic, natural and artificial, sculpture and drawing.

* Catarina Leitão (Stuttgart, 1970) is an artist working in drawing, sculpture, installation, and artist books. Leitão has exhibited her work at P.S.1/MoMA, the Aldrich museum, Connecticut, Socrates Sculpture Park, Wavehill, Glyndor Gallery and Grounds, Andrea Rosen Gallery, the Bronx Museum, Pedro Cera Gallery, Carlos Carvalho Contemporary Art, among others. She had solo museum shows at the Berardo Collection, Sintra, and Gulbenkian Foundation, in Lisbon, Portugal. Awards and residencies include The New York Foundation for the Arts Fellowship, 2009, Center for Book Arts, 2007, The Triangle Arts Residency, 2006, Marie Walsh Sharpe Foundation, 2004, Lower Manhattan Cultural Council, 2003, and The Pollock-Krasner Foundation Grant, 2001, Fundação Calouste Gulbenkian and Fundação Luso-Americana. Catarina Leitão has an MFA from Hunter College (2000), and a Painting degree by the University of Lisbon, Portugal (1993). www.catarinaleitao.net

in Ano III . Número VII . Primavera 2016 . Year II . Number VII . Spring 2016

..

.

Space, City, Land and Sea: Performance Residencies / April

Korina Biggs . Liam Geary Baulch . Virginia Farman . Lydia Heath . Charlotte Still and Clare Whistler

.

liam-geary-baulch-all-around-my-hat-live1-1230x918

OncaCentre for Arts and Ecology

Cheerleading, Climate Change and Colonialism / Performance Lecture by Liam Geary Baulch
Friday 15th April 2016, 7.30-9.30pm

Residents in Performance/ Conversation
Sunday 17th April 2016, 5pm

.

.

The Inspirational Magic World of Regina Frank

.

1930588_10153531582498137_8565002114879934281_n

Flores do Cabo – Sintra

26 Março 2016 / 26 March 2016

 

.

Me LiKe YoU 

Ilda Teresa de Castro

.

11401051_10153484171674432_2382287300117508621_n

Museu Marionetas do Porto

Fevereiro a Julho 2015 .  February to July 2015

 

..

por mundos visíveis . on visible worlds

Ilda Teresa de Castro

...

11

fotografia da série “fungos” / photography from the series “fungi”

.

vegetal shadows

frame do filme “sombras vegetais” / frame from the film “vegetal shadows”

.

herbarium

frame do filme “herbarium” / frame from the film “herbarium”

.

1

frame do filme “ecceidade” / frame from the film “ecceidade”

..

Sintropia Artes e Desenvolvimento Sustentável

Flores do Cabo, Pé da Serra, Colares – 19 a 21 de Setembro 2014

..

..

art and animal testing for cosmetics

arte e testes animais em cosmética

Jacqueline Traide

tumblr_m8vj4zvLBA1rwyyzxo1_1280

ler / full text Artist Gets Tortured Like an Animal to Raise Awareness for Animal Cosmetics Testing

.

The Topography of Tears

by Rose-Lynn Fisher

tears

A topografia das Lágrimas é um estudo de 100 lágrimas fotografadas através de um microscópio de luz, ampliadas 100x ou 400x. O projeto começou num período de mudanças pessoais, perda e lágrimas copiosas. Um dia, perguntei-me se as minhas lágrimas de tristeza seriam diferentes das minhas lágrimas de felicidade e decidi explorá-las de perto, usando ferramentas da ciência para fazer arte e para refletir sobre questões pessoais e estéticas (…).

ps: Fico satisfeita se a minha arte acrescentar algo a uma conversa maior e se o interesse público ajudar a motivar a investigação científica e conduzir a uma análise mais profunda sobre a linguagem e conteúdo das nossas lágrimas. Esse é o melhor encontro entre a arte e a ciência, embora não faça nenhuma reivindicação científica no meu trabalho, nem quaisquer declarações sobre qualquer coisa, excepto, talvez, a poesia da vida.

The Topography of Tears is a study of 100 tears photographed through a light microscope, magnified 100x or 400x. The project began in a period of personal change, loss, and copious tears. One day I wondered if my tears of grief would look any different from my tears of happiness – and I set out to explore them up close, using tools of science to make art and to ponder personal and aesthetic questions. (…)

ps: I’m pleased if my artwork has something to add to a larger conversation, and if public interest helps motivate scientific inquiry that ultimately leads to deeper insight about the language and content of our tears. Then it’s the best meeting of art and science. I’m not making any scientific claims in my work though, nor any declarations about anything except perhaps the poetry of life.

ler / full text in Rose-Lynn Fisher

.

Invocations

by Catarina Fontoura

fly29 .

Invocações é a exploração de uma série de encontros particulares entre os seres humanos e os insectos; uma intensa jornada para capturar o desconhecido e para entender a grande fuga do Homem da Natureza, mas também para compreender a atração do Homem para com as outras formas de vida.Violência e graça estão constantemente presentes em Invocações e seguem o observador enquanto ele caminha no escuro. Voo e inquietação são emparelhados com momentos de vulnerabilidade e iluminação. Esta série de fotografias é o resultado de numerosas visitas de captura e estudo de traças em todo o continente britânico durante o período de dois anos. As traças e as pessoas são retratadas ao lado da paisagem nocturna escura que as envolve.
.

Invocations is an exploration of a series of particular encounters between humans and insects; an intense journey to capture the unfamiliar and to understand Nature’s grand fleeing from Man but also to comprehend Man’s attraction to other forms of life. Violence and grace are constantly present in Invocations and pursue the observer as he walks in the dark. Flight and restlessness are paired with moments of vulnerability and enlightenment. This series of photographs is the result of numerous visits to moth trapping sessions across the British mainland during the period of two years. Moths and people are portrayed alongside the dark nocturnal landscape that involves them.

ler / full text in European Prospects

.

Screening The Forest

.

not-a-soul1-1

A floresta é naturalmente cinematográfica. Na última década, esta paisagem natural tornou-se um local de exploração criativa para os cineastas na arte contemporânea da Ásia. A curadoria de um programa de cinema asiático geralmente acaba com uma seleção de filmes agrupados de acordo com a suposta importância de seus autores e  identidade e história de cada nação. Screening the Forest toma a natureza como ponto de partida. Ao colocar a floresta no centro de uma prática curatorial, enfatizamos que o cinema não é apenas cultural e esteticamente, mas também, naturalmente, construído. Além disso, através de certas escolhas estéticas, este programa investiga as maneiras pelas quais o cinema comunica a sensação de estar numa floresta de um modo que as outras formas de arte não podem.

O programa entrelaça as florestas cinematográficas de Tailândia, Singapura, Filipinas e Taiwan (e em alguns casos, a floresta não se refere a nada, apenas ao mundo interpretado no seu próprio território).

Sensory, colourful and widescreen, the forest is already naturally cinematic. In the past decade, this natural landscape has become a site of creative exploration for contemporary art filmmakers in Asia. Curating a programme of Asian cinema usually ends up with a selection of films grouped according to the supposed importance of their auteurs and to the identity and history of each nation. Screening the Forest takes nature as a point of departure. By placing the forest at the centre of a curatorial practice, we emphasize that cinema is not only culturally and aesthetically, but also naturally, constructed. Moreover, through certain aesthetic choices, this programme investigates the ways in which cinema communicates the sense of being in a forest in a mode that other art forms cannot.

The programme weaves together the cinematic forests of Thailand, Singapore, the Philippines and Taiwan (and in some cases, the forest refers to nothing but a world construed in its own territory).

.

Animalia Vegetalia Mineralia

Ilda Teresa de Castro

.

ecceidade-35-ilda-castro

ecceidade-37-ilda-castro

.

Museu Geológico de Lisboa / Geological Museum of Lisbon

10 Maio a 4 Junho 2014 / 10th May to 4th June 2014

conferência .. Arte e Natureza – a poiêsis como ligação fundamental (escolas) .  conference ..Art and Nature poiêsis as a fundamental link (schools)

 

.

Ecce Animalia

.

1518021_462672447194481_2123220296_n

Museu de Escultura Contemporânea, Centro Polaco de Escultura de Oronsko

8 Março . 15 Junho 2014

Ecce animalia é uma exposição internacional com enfoque na subjetividade e individualidade animal, bem como nas relações entre pessoas e animais.

Os animais têm estado presentes na criação de imagens humanas desde as primeiras esculturas em chifres e pré-históricas pinturas rupestres. Por isso, são um dos primeiros temas da história da arte. Em épocas posteriores aparecem na iconografia tradicional enquanto símbolos, atributos, decorações, elementos da paisagem, em cenas de caça e naturezas mortas. Raramente pela sua importância ou para o seu próprio bem.

Recentemente, a arte sofreu uma designada viragem animal – o que ocorreu também, mais amplamente, na cultura e na sociedade – por vezes relacionada com a noção de pós-humanismo. Uma nova abordagem do animal que começou na arte na década de 1960 e 1970 e manifesta um interesse crescente nos animais como seres vivos ao invés de símbolos, e um número cada maior de imagens de animais e de novas formas de os apresentar. Os artistas envolvem-se em questões relacionadas com a subjectividade e individualidade animal, e com a complexidade das relações entre as pessoas e os outros animais. A arte participa então do discurso dos estudos animais, nas análises críticas da abordagem tradicional dos animais na arte, bem como em questões não- artísticas.

Esta exposição é acompanhada de um conjunto de conferências académicas internacionais sob o título “Animais e o Seu Povo. A Queda do Paradigma Antropocêntrico?” organizado pelo Instituto de Pesquisa Literária da Academia Polaca de Ciências, com o patrocínio da Animals & Society Institute, Minding Animals International e do Institute for Critical Animal Studies.

Durante a abertura da exposição haverá uma performance de Artur Malewski .

(tradução ildateresacastro)

.

Museum of Contemporary Sculpture, Centre of Polish Sculpture in Oronsko
8th  March – 15th June 2014
opening: 8th March, 2 PM

Ecce animalia is an international exhibition focusing on animal subjectivity and individuality as well as the relationships between people and animals.

Animals have functioned in human image-making since prehistoric rock paintings and the earliest carvings on tusks and antlers. That is why they are one of the first subjects in the history of art. In later epochs animals appeared within traditional iconography as symbols, attributes, decorations, landscape elements, in hunting scenes and in still-life paintings. Rarely did they appear because of their importance or for their own sake.

More recently art has undergone a so-called animal turn – and also, more broadly, in culture and society – sometimes related to the notion of posthumanism. A new approach to animals in art which began in the 1960s and 1970s manifested a growing interest in animals as living creatures rather than symbols, a greater number of animal images, and new ways of presenting animals. Artists now engage with issues connected with animal subjectivity, individuality and the complexity of relations between people and other animals. Art participates in the animal studies discourse and – as a part of it – critical analyses of the traditional approach to animals in art, as well as in non-artistic issues.

The exhibition is accompanied by international academic conference entitled Animals and Their People. The Fall of the Anthropocentric Paradigm? organized by the Institute for Literary Research of the Polish Academy of Sciences, with the patronage of Animals & Society Institute, Minding Animals International and the Institute for Critical Animal Studies.

During the opening of the exhibition there will be a performance by Artur Malewski.

curated by Dorota Łagodzka and Leszek Golec
cooperation: Anna Barcz (IBL PAN)

Artists:
Magdalena Abakanowicz, Steve Baker, Basia Bańda, Kuba Bąkowski, Jan Antoni Biernacki, Mary Britton Clouse, Cheto Castellano, Beata Czapska, Tatiana Czekalska & Leszek Golec, Józef Gott, Wiktor Górka, Justyna Górowska, Małgorzata Gurowska, Kathy High, Antoni Kenar, Piotr Kurka, Czesław Makowski, Artur Malewski, Jarosław Modzelewski, Stanisław Kazimierz Ostrowski, Janusz Antoni Pastwa, Adam Procki, Józef Robakowski, Zygmunt Rytka, Filip Sadowski, Angela Singer, Tomasz Skórka, Andrzej Szarek, Marek Targoński, Tomasz Tatarczyk, Jerzy Truszkowski

.

.

Technoromantismo e Arte Planetária

Stephan Barron

«A Arte Planetária toma a Terra como material de reflexão e de emoção artística, utiliza as tecnologias de telecomunicação para tornar perceptiveis as distâncias e o espaço geográfico. Esta arte explora as emoções e o imaginário da distância e insere-se numa interrogação sobre a mundialização e suas consequências humanas e ambientais. Uma dimensão da aventura de Stephan Barron é o despertar de uma consciência mais vasta do nosso planeta.» Edgar Morin

«Planetary Art is a form of art that takes Earth in its planetary dimension, as material for artistic reflection and emotion. Planetary Art is sublime because it mixes fear and a sense of wonder. To imagine on a planetary scale is to resize one´s consciousness. Human consciousness can now extend to a planetary scale. Consciousness extension. We are at once infinitely big and infinitely small, lost and found.» Stephan Barron

«A Arte Planetária é uma forma de arte que aborda a Terra na sua dimensão planetária, enquanto material de emoção e de reflexão artística. Imaginar numa escala planetária redimensiona a consciência. A consciência humana pode agora extender-se a uma escala planetária. Extensão da consciência. Somos simultaneamente infinitamente grandes e infinitamente pequenos, perdidos e encontrados.» Stephan Barron

(tradução ildateresacastro)

barron

.

Leave a comment